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Funcionários da Empro presos por ataque hacker que paralisou São José do Rio Preto

Funcionários da Empro presos por ataque hacker que paralisou São José do Rio Preto

Na manhã de 7 de outubro de 2025, Carlos Henrique da Silva, analista de sistemas da Empresa Municipal de Processamento de Dados (Empro), e Mariana de Souza Lima, gerente de TI, foram presos sob suspeita de participação no ataque hacker que deixou a Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto paralisada por seis dias em junho. A operação foi coordenada pela Polícia Civil do Estado de São Paulo, por meio da Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic).

Contexto do ataque cibernético

O incidente começou em 5 de junho de 2025, quando usuários relataram telas pretas e mensagens de erro ao tentar acessar sistemas internos. Em menos de duas horas, todos os servidores da administração municipal – desde a secretaria de saúde até o controle de estacionamento da zona azul – estavam fora do ar. Segundo a Prefeitura, foram detectados sinais de ransomware, embora a criptografia dos arquivos ainda não tenha sido confirmada.

Especialistas da empresa de segurança cibernética NetSecure, contratada para a análise preliminar, apontaram que o vetor de ataque provavelmente foi um e‑mail phishing enviado a funcionários da Empro. "O padrão de código malicioso bate com grupos conhecidos que atuam na América Latina desde 2022", explicou o analista Marcos Pereira.

Detalhes da operação policial

Com base nas primeiras pistas, a Polícia Civil requisitou mandados de busca em duas residências de alto padrão na zona Norte da cidade. Foram cumpridos dois mandados de prisão temporária de cinco dias e três de busca e apreensão. Durante as diligências, agentes apreenderam quatro laptops, dois smartphones e um servidor de backup que ainda continha logs do período de invasão.

“A cooperação entre a Unidade de Crimes Cibernéticos e a Deic foi crucial para localizar os suspeitos antes que eles pudessem sair do estado”, comentou o delegado responsável, Dr. André Viana. Os dois detidos foram encaminhados à carceragem da Deic, onde permanecem à disposição da justiça.

Impactos nos serviços municipais

Impactos nos serviços municipais

O bloqueio dos sistemas afetou dezenas de serviços essenciais. Na saúde, consultas marcadas foram canceladas e o Sistema de Regulação de Urgências (Sisu) ficou sem acesso, atrasando encaminhamentos para o SAMU. O programa de estacionamento regulamentado – Zona Azul – teve todos os pontos desativados, gerando filas intermináveis nas ruas mais movimentadas.

Além disso, a administração foi obrigada a suspender todos os prazos licitatórios, o que poderia atrasar obras de infraestrutura previstas para o próximo semestre. Segundo relatório interno, o prejuízo financeiro ainda está sendo calculado, mas projeções preliminares sugerem perdas superiores a R$ 2,3 milhões apenas em custos operacionais.

  • Data do ataque: 5 de junho de 2025
  • Duração da paralisação: 6 dias
  • Serviços críticos impactados: saúde, SAMU, Zona Azul, licitações
  • Equipamentos apreendidos: 4 laptops, 2 smartphones, 1 servidor
  • Prisões temporárias revogadas em: 17 de outubro de 2025

Reações da administração e da sociedade

A assessoria de comunicação da Prefeitura divulgou nota oficial afirmando que "os órgãos da administração municipal e a Polícia Civil têm atuado de forma conjunta para identificar e responsabilizar os investigados". Embora não tenha sido nomeado o responsável pela comunicação, a mensagem ecoou nas redes sociais, onde cidadãos exigiam maior transparência.

Em entrevista ao jornal local "O Rio Preto", a secretária de Tecnologia da Informação, Ana Lúcia Martins, declarou: "Estamos revisando todos os protocolos de segurança e implementando autenticação multifator nos nossos servidores. O incidente será um marco para melhorar a resiliência da nossa infraestrutura".

Entidades civis, como a Associação de Usuários de Serviços Públicos (AUSP), organizaram protestos pacíficos no centro da cidade, pedindo que a prefeitura divulgue o laudo pericial assim que estiver disponível. "A gente entende que a investigação tem que ser cuidadosa, mas a população merece saber o que aconteceu e como será evitado no futuro", afirmou o coordenador da AUSP, Joaquim Ferreira.

Próximos passos da investigação

Próximos passos da investigação

Com a revogação das prisões temporárias em 17 de outubro – decisão da Comarca de São José do Rio Preto – os investigados permanecerão em liberdade, porém sob restrição de contato e monitoramento eletrônico. A Deic informou que o laudo pericial dos equipamentos ainda está em fase de análise.

Especialistas esperam que o relatório técnico identifique, com maior precisão, se o malware foi desenvolvido internamente ou se foi parte de um Kit de Exploração vendido no mercado negro. Enquanto isso, a Prefeitura está contratando consultoria externa para auditoria de segurança, com previsão de conclusão até o final de 2025.

Se o caso evoluir para acusação formal, a expectativa é que os responsáveis enfrentem crime de invasão de dispositivo informático, previsto no artigo 154-A do Código Penal, com pena que pode chegar a quatro anos de prisão, além de multas que podem ultrapassar R$ 1 milhão.

Perguntas Frequentes

Como o ataque hacker afetou a saúde da população?

O sistema do SAMU ficou indisponível, o que provocou atrasos no envio de equipes de emergência. Consultas agendadas em unidades básicas foram canceladas, e o registro eletrônico de pacientes ficou comprometido, obrigando o pessoal de saúde a usar papel durante seis dias.

Quem são os principais investigados?

Os suspeitos são Carlos Henrique da Silva, analista de sistemas, e Mariana de Souza Lima, gerente de TI, ambos funcionários da Empro. Eles foram presos em 7 de outubro, mas tiveram a prisão temporária revogada pela Justiça em 17 de outubro.

Qual foi o papel da Polícia Civil e da Deic?

A Polícia Civil, através da Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic), conduziu as buscas, apreendeu equipamentos e emitiu mandados de prisão. A equipe de crimes cibernéticos analisou os logs e colaborou com peritos de segurança para traçar o caminho do ataque.

Quais medidas a Prefeitura está adotando para evitar novos incidentes?

A Prefeitura vai implementar autenticação multifator, atualizar firewalls, e contratar auditoria externa de segurança da informação. Também está revisando políticas de acesso interno e lançando campanha de conscientização contra phishing para servidores municipais.

Qual o custo estimado do ataque para a cidade?

Ainda não há número definitivo, mas projeções iniciais apontam perdas superiores a R$ 2,3 milhões em custos operacionais, atrasos de licitações e horas extras de servidores, sem contar os impactos indiretos à saúde e ao trânsito.

1 Comment

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    Bianca Alves

    outubro 22, 2025 AT 20:44

    Considero que a incidência revelou lacunas estruturais profundas na governança de TI municipal, exigindo soluções de arquitetura robusta e protocolos de autenticação avançados. 📈

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