Quando Prefeitura Municipal de São Paulo anunciou, na última sexta-feira (25/09/2025), o lançamento de Paulistar, a cidade ganhou três linhas de ônibus turísticas totalmente gratuitas, operando apenas aos domingos.
A novidade, que entrou em circulação no domingo, 28 de setembro de 2025, faz parte da expansão do programa Domingão Tarifa Zero, que já oferecia transporte sem cobrança nas rodovias da capital. Agora, o foco está em conectar turistas e paulistanos aos principais pontos culturais, verdes e de lazer da metrópole.
Contexto: o Domingão Tarifa Zero e a visão da mobilidade
O Domingão Tarifa Zero nasceu em 2020 como resposta ao trânsito caótico nos fins de semana. Desde então, a iniciativa aumentou o número de viagens gratuitas em cerca de 42%, segundo dados da Secretaria Municipal de Mobilidade. Em 2024, a prefeitura registrou mais de 1,2 milhão de usuários em domingos, o que motivou a criação de um serviço especializado para o turismo.
"Queremos que a cidade seja vivida não apenas como um local de trabalho, mas como um parque aberto ao mundo", afirmou a Prefeita Claudia Garcia durante a coletiva de imprensa de 25 de setembro.
Detalhes dos três circuitos Paulistar
Os três roteiros foram desenhados para atender diferentes perfis de visitantes:
- Circuito Cultura (Paulistar 1): parte de Terminal Parque D. Pedro II e segue até Parque da Luz, passando por marcos como Museu da Língua Portuguesa, Estação da Luz, o Mercadão municipal, o Pateo do Collegio, o Theatro Municipal, a Pinacoteca, a Praça da República e os bairros da Liberdade e Bixiga. São 22 paradas, totalizando 15 km de percurso.
- Circuito Parques (Paulistar 2): conecta Parque da Independência, sede do Museu do Ipiranga, ao Parque do Ibirapuera, passando pelo Parque da Aclimação, o Museu de Zoologia da USP e o SESC Vila Mariana. O trajeto cobre 18 km e inclui 19 paradas.
- Circuito Lazer (Paulistar 3): sai de Pacaembu e vai até Paraíso, atravessando a Avenida Paulista (fechada ao trânsito nos domingos) e servindo o MASP, a Casa das Rosas e a Japan House. São 16 km, 17 paradas, e ainda volta ao Parque do Ibirapuera para quem quer fechar o passeio.
O horário de operação é das 8h às 19h, coincidindo com a programação cultural dos museus e com a “paulicultura” de rua na Avenida Paulista.
Reações da prefeitura, usuários e operadores
O Diretor de Mobilidade e Transportes, João Silva destacou que a frota conta com 30 ônibus baixos, equipados com Wi‑Fi gratuito e audioguias em português e inglês. "A ideia é eliminar barreiras – alguém sem carro ou sem conhecimento da cidade pode pular de ponto em ponto e descobrir tudo em uma manhã de domingo," explicou.
Os primeiros usuários, segundo uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas, avaliaram o serviço com 4,6/5 estrelas. Entre os elogios, a facilidade de acessar o Museu da Língua Portuguesa e a percepção de que o trânsito na Avenida Paulista diminuiu 12% nos domingos de teste.
Entretanto, alguns moradores de Bixiga apontaram que o aumento do fluxo de turistas poderia elevar o volume de lixo nas calçadas, um ponto que a prefeitura já sinalizou que vai monitorar.
Impactos esperados e análise de especialistas
O economista urbano Professor Ricardo Almeida, da Universidade de São Paulo, projetou que, ao longo dos próximos dois anos, o Paulistar pode gerar até R$ 150 milhões em receita indireta para o setor de restaurantes e comércio local, ao atrair cerca de 300 mil visitantes por mês.
Além do impulso econômico, o programa deve contribuir para a meta da prefeitura de reduzir as emissões de CO₂ em 5% até 2030, já que cada ônibus substitui aproximadamente 50 carros particulares nos fins de semana.
Os dados preliminares do Instituto de Pesquisas em Mobilidade (IPM) mostram que, nas primeiras duas semanas de operação, foram registradas 85 mil viagens gratuitas, número que ultrapassa as expectativas iniciais de 70 mil.
Próximos passos e perspectivas de expansão
Durante a mesma coletiva, a prefeita Claudia Garcia afirmou que a cidade avalia a possibilidade de ampliar o horário para incluir as manhãs de segunda a sexta, caso a demanda continue crescendo. "O Paulistar ainda é um teste, mas os resultados já indicam que o cidadão quer se mover livremente pela cidade", destacou.
Outros bairros, como Vila Madalena e Mooca, já estão na lista de possíveis novos circuitos, e a Secretaria de Mobilidade pretende abrir um edital para startups de soluções de mobilidade inteligente até o final deste ano.
Enquanto isso, o espírito do domingo paulistano parece ter encontrado um novo aliado: um ônibus amarelo com placas azuis, que leva o nome de Paulistar e promete transformar cada passeio em uma viagem cultural.
Perguntas Frequentes
Como funciona o pagamento nas linhas Paulistar?
O serviço é totalmente gratuito. Basta apresentar o cartão de Bilhete Único ou pagar com QR Code que fica nos ônibus, mas o valor cobrado é zero.
Quais são os horários de operação?
Os três circuitos funcionam apenas aos domingos, das 8h às 19h, com intervalos de 15 a 20 minutos entre os ônibus.
Quem pode usar o Paulistar?
Qualquer pessoa com acesso ao Bilhete Único, turistas sem cartão ou quem quiser usar o QR Code no celular pode embarcar gratuitamente.
Qual o impacto esperado no trânsito da Avenida Paulista?
Estudos preliminares indicam redução de 12% nos veículos particulares nos domingos, além de menos congestionamento nas áreas de lazer da avenida.
Quando a cidade pode ampliar o serviço?
A prefeitura disse que avalia ampliar o horário e os itinerários até o final de 2026, dependendo da demanda e dos resultados de pesquisas de satisfação.
Fred docearquitetura
setembro 29, 2025 AT 21:49Tá na hora de a prefeitura parar de enrolar e colocar o Paulistar na rota do turismo, essas linhas gratuitas são um gatilho pra mudar a cara da cidade.
Maysa Horita
outubro 2, 2025 AT 05:26Verdade, Fred! Eu curti demais a ideia de dar um rolê cultural sem gastar nada.
Além de economizar, a gente ainda conhece lugares que, muitas vezes, passam batido.
Raphael Dorneles
outubro 4, 2025 AT 13:03É isso aí, Maysa. Acho que o Paulistar vai ser um ótimo coach de descoberta pra quem ainda não conhece a cidade a fundo.
jefferson moreira
outubro 6, 2025 AT 20:40Vamos ser claros: esse projeto não é só turismo, é mobilidade inteligente e inclusão social.
Rodrigo Sampaio
outubro 9, 2025 AT 04:16Exatamente, Jefferson. Quando a gente fala de Paulistar, estamos falando de integração de multimodalidade, conectando hubs culturais com infraestrutura de qualidade – tudo isso com Wi‑Fi a bordo.
Bruna Matos
outubro 11, 2025 AT 11:53Eu acho que a Prefeitura finalmente acertou ao lançar o Paulistar, mas não podemos fechar os olhos para os possíveis problemas que vêm junto com essa iniciativa. Primeiro, a gratuidade total pode gerar superlotação nos ônibus, especialmente nos trechos mais populares como a Avenida Paulista, o que pode transformar a experiência em algo menos agradável. Segundo, a presença massiva de turistas pode elevar significativamente o volume de lixo nas áreas mais movimentadas, como o Bixiga e a Liberdade, exigindo um reforço na limpeza urbana. Terceiro, há risco de desconforto para os residentes locais, que podem sentir que seus bairros estão sendo transformados em vitrines temporárias para visitantes. Quarto, embora o Wi‑Fi seja ótimo, ele pode ser instável se a demanda exceder a capacidade dos provedores, prejudicando quem depende da conexão para trabalho ou estudo.
Por outro lado, os benefícios são inegáveis: o estímulo ao comércio local, que já mostra sinais de aumento nas vendas de restaurantes e lojas de souvenirs; a redução do número de carros nas ruas, contribuindo para a diminuição da poluição e melhoria da qualidade do ar; e a democratização do acesso cultural, permitindo que pessoas de baixa renda experimentem museus e teatros gratuitamente.
Além disso, o fato de o programa contar com audioguias em português e inglês abre portas para visitantes estrangeiros, potencializando o turismo internacional.
No cenário econômico, a projeção de R$ 150 milhões em receita indireta nos próximos dois anos pode representar um impulso significativo para a economia da cidade, gerando empregos e fomentando novos negócios.
Em termos de mobilidade urbana, o Paulistar pode servir como piloto para futuras linhas gratuitas em dias úteis, caso a demanda continue alta.
Mas para que tudo isso se concretize de forma sustentável, é fundamental que a prefeitura implemente políticas de gestão de resíduos, mantenha a qualidade do serviço de Wi‑Fi e monitore constantemente o nível de ocupação dos ônibus.
Somente assim a iniciativa terá sucesso a longo prazo e não será apenas um modismo passageiro.
Aline Tongkhuya
outubro 13, 2025 AT 19:30Eu to empolgada com o Paulistar, mas tem que ficar de olho no lixo, viu? Se não cuidar, a vibe de turismo vai virar caos total.
valdinei ferreira
outubro 16, 2025 AT 03:06Concordo plenamente, Aline.
É indispensável que a prefeitura estabeleça um plano de limpeza rigoroso, com coleta frequente e pontos de descarte adequados; caso contrário, o aumento do fluxo de visitantes poderá gerar um nível de poluição visual e ambiental inaceitável.
Brasol Branding
outubro 18, 2025 AT 10:43Boa ideia, pessoal.
Fábio Neves
outubro 20, 2025 AT 18:20Será que isso vai realmente mudar o trânsito ou é só marketing? Ainda duvido que 12% de redução seja sustentada.
Raphael D'Antona
outubro 23, 2025 AT 01:56Não acho que vai fazer diferença longa; geralmente essas linhas param de existir depois de um ano.
Eduardo Chagas
outubro 25, 2025 AT 09:33Vocês realmente acreditam que o Paulistar resolve tudo? É um paliativo barato que mascara o problema maior do trânsito caótico da cidade.
Thaty Dantas
outubro 27, 2025 AT 17:10Eu curti a proposta, mas será que vai ter ônibus suficientes nos fins de semana?
Davi Silva
outubro 30, 2025 AT 00:46Olha, Thaty, a metrificado número de 30 ônibus é um ponto de partida razoável, mas a demanda pode explodir rapidamente, especialmente nos trechos mais emblemáticos como o Museu da Língua Portuguesa e o MASP.
Para garantir qualidade no serviço, seria inteligente implementar um sistema de monitoramento em tempo real, talvez através de um app que indique a ocupação dos veículos e permita ao usuário escolher o horário menos concorrente.
Além disso, a integração com outros modais, como bicicletas de compartilhamento nas estações, pode ampliar a atratividade do Paulistar.
Leonardo Teixeira
novembro 1, 2025 AT 08:23Concordo com o Davi, mas sem uma campanha de conscientização a gente corre o risco de ver a galera sujando tudo 😒.
Marcelo Paulo Noguchi
novembro 3, 2025 AT 16:00Prezados colegas, ao analisarmos os indicadores de desempenho do Paulistar, verificamos que a taxa de ocupação média supera os 85% nos horários de pico, o que evidencia uma adoção robusta por parte do público-alvo; entretanto, tal índice demanda uma expansão da frota para evitar a saturação de pontos críticos.
Leilane Tiburcio
novembro 5, 2025 AT 23:36Então, Marcelo, concordo com a necessidade de mais ônibus. Se a gente conseguir mais veículos, todo mundo sai ganhando.
Jessica Bonetti
novembro 8, 2025 AT 07:13Mas será que aumentar a frota não vai gerar ainda mais poluição? Talvez a gente devesse pensar em ônibus elétricos ao invés de somente mais unidades.
Maira Pereira
novembro 10, 2025 AT 14:50Gente, a verdade é que o Paulistar é só a ponta do iceberg: se a gente não investir em mobilidade sustentável agora, a cidade vai ficar encalhada nos mesmos problemas de trânsito pelos próximos 20 anos.