O tênis brasileiro viveu uma madrugada dura no Rio Open com a queda de Thiago Monteiro, último representante da casa, em uma batalha épica de três horas contra Chun-Hsin Tseng, de Taipei. Monteiro, acostumado a carregar a torcida nas costas e principal esperança das arquibancadas, lutou muito, mas viu suas chances ruírem em um set decisivo de tirar o fôlego. Tseng venceu por 6-7(3), 6-3, 7-6(3) e fez história ao avançar pela primeira vez às quartas de final de um torneio ATP 500.
Logo no primeiro set, ficou claro que ninguém levaria essa partida fácil. Monteiro largou melhor, confirmando seus games de saque, mas Tseng não deixou por menos. No tie-break, o brasileiro conseguiu ser mais agressivo e levou a melhor. Mas a partir do segundo set, o físico de Monteiro começou a dar sinais de desgaste. Tseng aproveitou esse momento: controlou melhor os nervos, errou menos nos pontos importantes e empatou a partida.
No terceiro set, a torcida se envolveu na tentativa de empurrar Monteiro, que já havia superado uma estreia dramática contra Facundo Diaz Acosta. O desgaste do brasileiro, porém, foi ainda mais evidente. O equilíbrio permaneceu até o fim do set, quando o jogo foi para um novo tie-break decisivo. Ali, Monteiro acusou o cansaço e Tseng, com mais fôlego, não titubeou e acabou garantindo o maior resultado da sua carreira até agora. Ele se tornou apenas o segundo atleta de Taipei a chegar tão longe, mostrando como o esporte está cada vez mais global e imprevisível.
Além da eliminação de Monteiro, um fato chamou a atenção: pela primeira vez desde a estreia do Rio Open, o Brasil ficou fora das quartas de final de simples quando Monteiro esteve no torneio. A ausência de representantes nacionais deixa um vazio para o público, que sempre espera ver um brasileiro brigando nas fases decisivas em casa. O impacto é sentido dentro e fora das quadras, já que o público costuma comparecer em peso para apoiar os tenistas locais.
Tseng agora vai encarar Sebastian Baez, que também busca deixar sua marca ao tentar ser o primeiro bicampeão da história do Rio Open. Esse novo cenário só reforça como o torneio tem atraído talentos de países que não costumavam figurar tão forte nesse nível do circuito. O Rio Open, que já foi dominado por grandes nomes do tênis mundial, tem agora como protagonistas atletas que desafiam as estatísticas e quebram paradigmas.
Para Monteiro, a caminhada teve altos e baixos. Ele chegou embalado após uma vitória sofrida sobre Diaz Acosta, superando fantasmas de derrotas anteriores em sets decisivos. Só que dessa vez, a maratona física cobrou caro e deixou o gostinho amargo da eliminação precoce, enquanto Tseng aproveitou cada oportunidade e saiu ovacionado até pela torcida carioca por sua entrega em quadra.