Quando Elizabeth Taylor, atriz concedeu entrevistas que vieram à tona no documentário da HBO, ficou claro que ela se arrependeu profundamente de ter se envolvido com Eddie Fisher, então marido da também famosa Debbie Reynolds. O filme, intitulado Elizabeth Taylor: The Lost TapesLos Angeles, trouxe à tona gravações inéditas que mostram a estrela admitindo que "nunca amou" Fisher e que o relacionamento foi um erro que a assombrou por décadas.
Contexto dos relacionamentos de Taylor nos anos 1950‑1960
Na época, Taylor já era conhecida por seus oito casamentos com sete homens diferentes. Seu nome costumava aparecer nas manchetes como "destruidora de lares", rótulo que, segundo a diretora Nanette Burstein, jamais correspondeu à intenção da própria atriz. "Ela buscava apoio emocional, e Eddie acabou se tornando a muleta que ela precisava", explica Burstein nas entrevistas ao longo do documentário.
A situação se complicou quando Fisher deixou sua esposa, Debbie Reynolds, para casar-se com Taylor em 1959. O casamento, porém, durou pouco. Em 1962, durante as gravações de Cleópatra, Taylor conheceu Richard Burton, então ainda casado com sua primeira esposa, Sybil Williams. O romance, torrencial e público, acabou eclipsando a união com Fisher.
O que o documentário revela sobre o arrependimento de Taylor
Nas fitas recém-desenterradas, Taylor descreve o período com Fisher como "totalmente lamentável". Ela conta que, apesar de buscar "um apoio emocional", o relacionamento rapidamente se tornou doloroso e, em um dos episódios mais perturbadores, Fisher apontou uma arma enquanto ela tentava dormir, dizendo: "Não se preocupe, eu não vou atirar em você. Você é bonita demais". Esse episódio, segundo o filme, foi um dos fatores que a fez perceber a toxicidade da relação.
"Ela percebeu que não deveria estar com ele, mas não sabia como sair da situação naquele momento", relata Burstein. A pressão da mídia, que acompanhava cada passo do casal, transformou a história em um escândalo nacional, deixando ambos "humilhados para sempre".
Reação do Vaticano e a explosão da polêmica
O caso ganhou proporções inesperadas quando o Vaticano, através de uma carta aberta ao jornal semanal da Cidade do Vaticano, acusou Taylor de "vagrância erótica" por estar envolvida com Burton enquanto ainda casada com Fisher. O comunicado denunciou "este insulto à nobreza do lar" e chegou a sugerir que seus filhos deveriam ser retirados dela.
Taylor, que leu a carta em sua própria casa, descreveu a experiência como "um ataque que realmente me fez vomitar". Ela ainda recordou que seu próprio pai a chamou de "prostituta", reforçando a atmosfera de perseguição que a cercava.
O casamento em Montreal e o romance turbulento com Richard Burton
No meio desse furor, Taylor e Burton decidiram se casar em Montreal no dia 15 de março de 1964. Ela tinha 32 anos; ele, 38. A cerimônia foi oficiada por um ministro que declarou: "Vocês passaram por grandes dificuldades em seu amor um pelo outro". A noite terminou com os dois conversando, rindo e chorando até as 7h da manhã seguinte.
O casal, que viria a se casar duas vezes e divorciar duas vezes, manteve um vínculo intenso. As cartas de Burton para Taylor eram cheias de paixão e, por vezes, de linguagem crua, como "Você permitiria, a propósito, que eu te fodesse esta tarde?" – demonstração clara da intensidade que marcava a relação.
Legado, últimos anos e o impacto do documentário
Após a morte de Burton em 1984, Taylor ficou tão devastada que rompeu seu noivado com o advogado mexicano Victor Luna. Em 30 de agosto daquele ano, o publicitário de Taylor, Chen Sam, confirmou a ruptura e informou que Taylor devolveu o anel de safira de 16 quilates que Luna lhe dera.
O reencontro de Taylor com os arquivos do passado, agora apresentados pela HBO, oferece ao público uma visão mais humana da estrela de cinema. Em vez de vilã dos tabloides, o documentário pinta a imagem de uma mulher que, apesar de seus múltiplos casamentos, buscava amor verdadeiro e, quando não encontrou, sofreu as consequências.
Fatos rápidos
- Documentário lançado em 20/09/2024 pela HBO.
- Entrevistas inéditas revelam arrependimento de Elizabeth Taylor com Eddie Fisher.
- Incidente com arma ocorreu em 1960, durante o primeiro casamento de Taylor e Fisher.
- Caso chamou a atenção do Vaticano, que condenou publicamente a atriz.
- Casamento em Montreal ocorreu em 15/03/1964.
Perguntas Frequentes
Como o arrependimento de Taylor mudou a percepção pública sobre seu relacionamento com Fisher?
As gravações mostram que Taylor nunca amou Fisher e que o casamento foi motivado por vulnerabilidade emocional. Essa revelação suaviza a imagem de "destruidora de lares" e destaca o abuso que ela sofreu, mudando a narrativa de culpabilidade para vítima.
Qual foi a reação do Vaticano ao escândalo entre Taylor e Burton?
O Vaticano emitiu uma carta aberta acusando Taylor de "vagrância erótica" e sugerindo que seus filhos fossem tirados dela. A condenação gerou indignação mundial e aumentou a pressão sobre a atriz, que chegou a relatar que o ataque a fez "vomitar".
Quanto tempo durou o casamento entre Taylor e Burton?
Taylor e Burton se casaram duas vezes: a primeira em 1964, que durou até 1974; a segunda em 1975, que terminou com a morte de Burton em 1984. Os dois casamentos somaram quase duas décadas de união turbulenta.
Qual foi o papel de Nanette Burstein no documentário?
Burstein dirigiu "Elizabeth Taylor: The Lost Tapes" e foi responsável por desenterrar as fitas de entrevistas que revelam o arrependimento da atriz. Ela também contextualiza a pressão da mídia e a reação do público à época.
Como o documentário afeta o legado de Elizabeth Taylor?
Ao mostrar a vulnerabilidade e os erros da estrela, o filme humaniza Taylor e oferece uma perspectiva mais equilibrada de sua vida pessoal. Isso pode inspirar reavaliações críticas de sua imagem pública e destacar a importância de ouvir as próprias vozes das celebridades.
Andreza Tibana
outubro 4, 2025 AT 00:50Taylor parece mais uma vítima do que a vilã que a mídia pintou.
José Carlos Melegario Soares
outubro 8, 2025 AT 10:23É impossível não perceber o drama exagerado que esse documentário tenta reviver a cada minuto.
Eles pintam Taylor como uma coitadinha arrependida, mas esquecem que ela foi a própria responsável por iniciar a tempestade.
Roubar Eddie Fisher de Debbie Reynolds não foi um mero deslize sentimental; foi um ato calculado de autopromoção.
A indústria de Hollywood, então como hoje, alimenta escândalos para vender sessões de cinema.
Seus casamentos múltiplos são um catálogo de estratégias de sobrevivência em um meio que só recompensa a notoriedade.
O fato de ela ter admitido nunca ter amado Fisher só confirma que o relacionamento foi um contrato de conveniência.
A arma apontada por Fisher, segundo o filme, revela a toxicidade que já era evidente nos bastidores.
Mas quem realmente precisa de justificativas?
O público sempre será sedento por fofoca, independentemente da veracidade dos relatos.
A reação do Vaticano, embora absurda, mostra como a moralidade foi usada como arma política.
É irônico ver a igreja criticando uma mulher por seu apetite sexual enquanto ignora seus próprios escândalos.
O casamento em Montreal, com cerimônia digna de filme, foi mais uma performance que um ato genuíno.
As cartas de Burton, cheias de linguagem crua, expõem a crueza das relações públicas da época.
No final, o documentário serve mais como um espelho distorcido do que como um revelador de verdades.
Então, antes de chorar por sua suposta vulnerabilidade, lembremos que Taylor também manipulou o jogo.
Marcus Ness
outubro 12, 2025 AT 19:56O documentário traz à tona nuances que vão além do escândalo; ele nos permite compreender o contexto sociocultural da época, quando o papel da mulher na mídia era rigidamente definido.
É importante lembrar que muitas vezes as celebridades eram usadas como peças de xadrez pelas emissoras.
Marcos Thompson
outubro 17, 2025 AT 05:30Ao analisar essas fitas, percebemos que a retórica empregada pela direção se apoia em uma narrativa quase hermenêutica, reconstruindo a história sob a ótica da vulnerabilidade emocional.
Tal abordagem, embora válida, camufla as dinâmicas de poder que permeavam os relacionamentos hollywoodianos.
Leila Oliveira
outubro 21, 2025 AT 15:03Concordo que o filme oferece uma perspectiva mais humana; ao reconhecer a fragilidade de Taylor, podemos aprender sobre empatia e evitar julgamentos precipitados.
luciano trapanese
outubro 26, 2025 AT 00:36Esse caso é um clássico exemplo de como o estrelato pode transformar vidas pessoais em espetáculo público.
É fascinante observar como cada decisão tinha repercussões em escala global.
Yasmin Melo Soares
outubro 30, 2025 AT 10:10Ah, porque não, né? Mais um drama de Hollywood para a gente se entreter enquanto toma nosso café.
Arlindo Gouveia
novembro 3, 2025 AT 19:43Ao avaliarmos os documentos, torna‑se evidente que o relato de Taylor contém tanto autocrítica quanto tentativa de revisionismo histórico.
Tal dualidade denuncia uma estratégia consciente de reabilitação da imagem pessoal perante o público contemporâneo.
João Augusto de Andrade Neto
novembro 8, 2025 AT 05:16Não podemos fechar os olhos para o fato de que Taylor, ao repetir padrões de abandono, perpetuou um ciclo de sofrimento que impactou não só ela, mas também suas famílias.
Vitor von Silva
novembro 12, 2025 AT 14:50A narrativa conspiratória do Vaticano é, à primeira vista, absurda, mas revela como autoridades podem manipular discursos morais para atender a agendas ocultas.
Erisvaldo Pedrosa
novembro 17, 2025 AT 00:23Isso tudo soa como mais uma teoria de conspiração barata, mas se olharmos bem, até as palavras do Vaticano carregam um tom de subversão.