Flamengo é campeão brasileiro com recorde de público no Maracanã e dupla histórica

Na noite de quarta-feira, 3 de dezembro de 2025, o Flamengo escreveu mais um capítulo épico em sua história ao vencer o Ceará por 1 a 0 no Maracanã, em Rio de Janeiro, e se consagrar campeão brasileiro da Brasileirão Betano 2025 com uma rodada de antecedência. O gol da vitória, decisivo e eterno, foi marcado pelo ponta Samuel Lino, de 25 anos, aos 37 minutos do primeiro tempo — um toque entre as pernas do goleiro Bruno Ferreira, assistido por Jorge Carrascal. Mas o que tornou aquela noite inesquecível não foi só o título: foram 73.244 torcedores dentro do estádio, superando o recorde de público para partidas de clube desde a reforma do Maracanã. E ainda por cima, tudo isso aconteceu apenas quatro dias após o título da Copa Libertadores 2025, também contra o Palmeiras. A dupla histórica? Nunca antes um clube brasileiro havia conquistado as duas principais competições continentais e nacionais na mesma semana.

Um título construído com precisão e paixão

O Flamengo entrou em campo com a confiança de quem já sentia o título no bolso, mas sem descuidar. O goleiro Rossi, os zagueiros Danilo e Léo Pereira, o lateral Alex Sandro e o volante Pulgar formaram uma muralha que segurou a pressão cearense. O meio-campo, com Jorginho e Arrascaeta, comandava o jogo com elegância, enquanto Bruno Henrique e Lino, na frente, pareciam sempre um passo à frente dos defensores. O gol veio de um movimento quase perfeito: Carrascal recebeu na intermediária, olhou para cima e lançou com a precisão de um cirurgião. Lino, que chegou ao clube em julho deste ano, não teve dúvidas. A bola passou entre as pernas de Ferreira e o Maracanã explodiu. Foi o quarto gol dele na temporada — e o mais importante de todos.

A reação de Ceará e o silêncio da arbitragem

O Ceará, comandado por Léo Condé, tentou reagir no segundo tempo. Fernandinho, na ponta direita, foi a maior ameaça: um cruzamento na sexta minuto da etapa final quase resultou em gol, mas Fabiano Souza desviou por cima. A defesa flamenguista, liderada por Léo Pereira, foi impecável. Nenhuma bola chegou ao gol de Rossi. Curiosamente, o árbitro Rodrigo José Pereira de Lima, de Pernambuco, não mostrou nem um cartão amarelo em 90 minutos — uma raridade em um clássico de tanta emoção. "Foi um jogo de altíssimo nível técnico, sem necessidade de intervenções", disse ele após o apito final. Já os cearenses saíram de cabeça erguida, sabendo que deram o melhor, mas diante de um adversário em outro patamar.

Um recorde que vai além do número

Os 73.244 torcedores não são só um dado estatístico. São o retrato de um clube que voltou a ser sinônimo de emoção coletiva. O Maracanã, que em 2013 chegou a ter metade de sua capacidade fechada por obras, agora vibra como nos anos 80. A última vez que o estádio registrou público tão alto em uma partida de clube foi em 2019, quando o Flamengo venceu o Fluminense por 3 a 1 pela final da Copa do Brasil — com 72.500 pessoas. Agora, superou. "É o espírito do Flamengo. Não é só futebol, é fé", disse um torcedor de 68 anos, que estava lá na inauguração do estádio, em 1950. O recorde também reflete o sucesso da estratégia de marketing da diretoria, que vendeu ingressos em três faixas de preço, incluindo opções acessíveis para jovens e famílias. O resultado? Um estádio cheio de cores, cantos e orgulho.

A dupla histórica: Libertadores e Brasileirão na mesma semana

Isso é o que mais assusta os rivais. O Flamengo não apenas venceu o Brasileirão — venceu tudo. Quatro dias antes, no mesmo Maracanã, havia derrotado o Palmeiras por 2 a 1 na final da Libertadores, com gols de Arrascaeta e Gabigol. Agora, com Lino, o clube fechou o ciclo. Ninguém na história do futebol brasileiro havia conquistado os dois títulos em menos de uma semana. Nem o São Paulo, nem o Corinthians, nem o Santos. A última vez que um clube sul-americano fez isso foi em 2011, com o Santos, mas sem o campeonato nacional. O Flamengo, agora, é o primeiro a fazer isso no século XXI. "Isso muda o paradigma do futebol brasileiro", comentou o jornalista esportivo Paulo Vinícius Coelho. "O clube não está apenas ganhando títulos — está criando uma cultura de dominância. E isso assusta os rivais."

Os responsáveis por trazer esse sonho de volta

A diretoria, com o presidente Rodolfo Landim e o diretor de futebol Filipe Augusto, montou um projeto de longo prazo. Desde 2022, investiram em infraestrutura, scouting internacional e contratações estratégicas. Samuel Lino, por exemplo, foi trazido da Espanha por cerca de R$ 18 milhões — e já devolveu o valor em emoção. O técnico Renato Gaúcho, que voltou ao clube em 2024, foi o arquiteto tático. "Não foi sorte. Foi planejamento, disciplina e coragem", disse Landim no pódio, com a taça no colo. "Isso é só o começo."

O que vem a seguir?

O Flamengo encerra a temporada no domingo, 7 de dezembro de 2025, contra um adversário ainda não definido, na 38ª rodada do Brasileirão. Mas o foco já está em 2026. Com o título, garantiu vaga na Copa Libertadores 2026 e na Recopa Sudamericana 2026, onde enfrentará o vencedor da Copa Sudamericana. O clube já começou a sondar reforços para a próxima temporada: um zagueiro de 29 anos da Argentina e um volante da Colômbia estão na mira. Enquanto isso, os torcedores já começam a cantar: "Oito títulos, e o nono vai chegar..."