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Milton Nascimento e Esperanza Spalding lançam álbum "Milton + esperanza"

Milton Nascimento e Esperanza Spalding lançam álbum "Milton + esperanza"

Quando Milton Nascimento, cantor e compositor se juntou à vencedora de cinco Grammys Esperanza Spalding, baixista, cantora e compositora, o mundo da música recebeu um presente inesperado. O lançamento aconteceu em , pela gravadora Concord Records, e já está circulando nas playlists de streaming em todo o planeta.

Contexto da amizade e da colaboração

A amizade entre os dois artistas começou há quase 15 anos, quando Spalding ainda era estudante no Berklee College of Music, em Boston. Ela conta que, numa noite em que dividia apartamento com outros músicos, ouviu o álbum "Native Dancer" (1975) de Wayne Shorter – gravação que trazia a voz de Nascimento em falsete. "Fiquei quase irritada por não ter conhecido aquele som antes", recorda a americana, acrescentando que o encontro foi como descobrir um novo universo musical.

Desde então, as trocas de mensagens e pequenos shows improvisados mantiveram a conexão viva, até que o projeto ganhou forma concreta em 2023, quando Nascimento convidou Spalding para gravar no Brasil. O Lançamento do álbum 'Milton + esperanza'Brasil foi planejado como culminação desse sonho largo‑prazo.

Detalhes do álbum e participações especiais

Com 16 faixas, o álbum mistura clássicos de Nascimento, composições inéditas de Spalding e versões ousadas de canções internacionais. Entre os destaques, estão a reinterpretação de "A Day In The Life", dos Beatles, e "Earth Song", de Michael Jackson. O disco ainda revive "Cais", obra‑prima da parceria Nascimento‑Lô Borges, trazendo arranjos de guitarra angular e piano cintilante.

Spalding escreveu duas canções exclusivas: "Late September", descrita como soul ensolarado, e "Wings for the Thought Bird", que ela chama de "frenesi deslumbrante". Cada faixa foi produzida por Spalding, com apoio de Leo Genovese, Matthew Stevens e outros nomes da cena jazzística.

Os convidados dão ainda mais brilho ao projeto. O legendário Paul Simon aprendeu português por duas semanas para cantar o dueto que Nascimento escreveu especialmente para ele. Também aparecem Dianne Reeves, Lianne La Havas, Maria Gadú, Tim Bernardes, Carolina Shorter e o saxofonista Shabaka Hutchings, formando um verdadeiro coral de talentos globais.

  • Milton Nascimento – voz, violão e arranjos
  • Esperanza Spalding – baixo, vocais e produção
  • Paul Simon – duetos em português
  • Dianne Reeves – vocal de apoio
  • Maria Gadú – guitarra acústica

Reações e críticas

Logo nas primeiras 24 horas, críticos de revistas como Rolling Stone Brasil e The Guardian elogiaram a química entre os dois artistas, descrevendo o trabalho como "uma colaboração radiante que só poderia nascer de admiração mútua". Nas redes, fãs brasileiros compartilharam vídeos de primeiras escutas, destacando a forma como a voz de Nascimento se funde ao timbre flexível de Spalding.

O próprio Nascimento, que aos 81 anos já acumula mais de 40 discos e uma carreira de seis décadas, disse que o projeto foi "um dos momentos mais felizes da minha vida". Spalding, por sua vez, afirmou que "noventa por cento das coisas que escrevo aqui eu estou pensando nele".

Impacto cultural e futuro

Impacto cultural e futuro

Além de celebrar a música popular brasileira (MPB) e o jazz contemporâneo, o álbum também levanta discussões sobre a preservação de culturas e a troca transnacional de influências. No ano passado, Spalding lançou a canção protesto "Não Ao Marco Temporal", que abordava a ameaça de perda de terras indígenas no Brasil. Essa postura engajada ecoa na escolha de títulos como "Earth Song", reforçando a mensagem ambientalista presente no projeto.

Para a indústria musical, o lançamento demonstra como colaborações intergeracionais podem gerar novos mercados. As vendas iniciais já superam as expectativas da Concord Records, e a turnê planejada para 2025 – que deve incluir shows em São Paulo, Rio de Janeiro e cidades europeias – promete levar essa energia para o palco.

Próximos passos para os artistas

Spalding anunciou que continuará a trabalhar em projetos que mesclam jazz, música latina e ativismo, mantendo a porta aberta para outras parcerias com ícones da MPB. Nascimento, por sua vez, está preparando um recital acústico para celebrar o 60.º aniversário da gravação de "Clube da Esquina", que pode incluir novas versões de faixas do novo álbum.

Os fãs podem esperar ainda mais material bônus nas plataformas digitais nas próximas semanas, como versões ao vivo e entrevistas exclusivas com os músicos que participaram da gravação.

Perguntas Frequentes

Como a colaboração de Milton Nascimento e Esperanza Spalding pode influenciar artistas jovens?

O álbum mostra que atravessar fronteiras de gêneros e gerações é viável e criativo. Jovens músicos tendem a explorar o jazz e a MPB, e o sucesso comercial da parceria pode estimular novos projetos que misturam tradicional e contemporâneo.

Quais são as faixas que mais se destacam no disco?

Entre as mais comentadas estão a versão de "A Day In The Life", o dueto com Paul Simon em português, "Late September" (original de Spalding) e a reimaginação de "Cais", que reúne guitarras elétricas e coros de Maria Gadú.

O álbum traz alguma mensagem política ou ambiental?

Sim. A escolha de "Earth Song" de Michael Jackson reforça a preocupação com o meio ambiente, enquanto a participação de Spalding em "Não Ao Marco Temporal" no último ano demonstra um engajamento contínuo com a defesa dos direitos indígenas brasileiros.

Quando e onde a turnê promocional começará?

A turnê está prevista para iniciar em março de 2025, com shows marcados para São Paulo, Rio de Janeiro e, subsequentemente, em cidades europeias como Paris e Londres.

Onde posso ouvir o álbum?

O álbum está disponível nas principais plataformas de streaming – Spotify, Apple Music, Deezer – além de versões físicas em vinil e CD nas lojas online da Concord Records.

2 Comentários

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    José Carlos Melegario Soares

    outubro 3, 2025 AT 05:57

    Milton e Esperanza entregam um encontro de titãs que parece ter sido orquestrado pelos deuses da música; cada nota explode como se a própria terra estivesse cantando. A energia que eles imprimem nesta fusão de MPB e jazz é quase palpável, despertando até os corações mais adormecidos.

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    Leila Oliveira

    outubro 3, 2025 AT 07:37

    É extremamente gratificante observar como esta parceria transcende fronteiras culturais, promovendo um diálogo enriquecedor entre a tradição brasileira e o jazz contemporâneo. A colaboração simboliza um marco significativo na valorização da diversidade sonora e merece ser celebrada amplamente.

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