Quando Tufão RagasaHong Kong passou raspando a costa da cidade do dia 24 de setembro de 2025, três restaurantes em Tseung Kwan O foram praticamente varridos por uma onda de destruição.
Hong Kong tem um histórico de tempestades que deixam marcas profundas. O mais lembrado pelos residentes mais velhos ainda é o Typhoon Mangkhut de 2018, que trouxe ventos de mais de 150 km/h e causou inundações em toda a região. Desde então, a Autoridade Meteorológica de Hong Kong tem aprimorado o sistema de sinalização, que vai do número 1 ao temido nível 10.
O nível 10, ativado nesta ocasião, indica ventos sustentados acima de 118 km/h – o que significa "condições de vento de força de furacão". A última vez que o sinal foi acionado foi em 2020, durante o Tufão Mangkhut, então os moradores sabiam que a situação seria séria.
Nas primeiras horas da manhã, as barreiras de proteção que cercavam o novo centro comercial foram literalmente levadas pela força da água. O vídeo divulgado pelo South China Morning Post mostrava um monte de entulho bloqueando a entrada, e o som de metal rangendo sob a pressão da torrente.
Um dos estabelecimentos atingidos foi o Bacaba Restaurant & Bar. O proprietário do Bacaba Restaurant & Bar, entrevistado no local, resumiu a situação em duas palavras: "muito ruim". O interior do restaurante ficou cheio de mesas submersas, eletrodomésticos quebrados e vasos de plantas flutuando como barquinhos.
Os outros dois restaurantes ainda não tiveram seus nomes revelados, mas as imagens mostram fachadas despedaçadas e letreiros caídos. Até o final da tarde, nenhuma das três unidades conseguia abrir as portas.
Logo após a elevação do sinal, as autoridades de Hong Kong mobilizaram equipes de resgate, bombeiros e trabalhadores da limpeza urbana. Segundo o comunicado oficial da Autoridade de Proteção Civil de Hong Kong, mais de 200 voluntários começaram a remover destroços ainda no mesmo dia, visando restabelecer o acesso ao centro comercial.
Entretanto, o ritmo da limpeza é lento porque o volume de água depositada ultrapassou a capacidade dos sistemas de drenagem da zona. Especialistas em engenharia costeira alertam que a topografia baixa de Tseung Kwan O a torna vulnerável a futuras tormentas, a menos que sejam construídos diques mais robustos.
Embora ainda não haja números oficiais, a South China Morning Post estimou que os prejuízos poderiam alcançar “perdas enormes”. Se considerarmos que um restaurante de médio porte em Hong Kong fatura cerca de HK$1,2 milhão (aprox. US$150 mil) por mês, a paralisação de três estabelecimentos por, no mínimo, duas semanas pode gerar perdas superiores a HK$360 mil (US$45 mil) apenas em receita.
Além disso, o custo de reparos estruturais, substituição de equipamentos de cozinha e limpeza profunda pode elevar a conta para seis dígitos em dólares locais. Muitos donos ainda não sabem se vão conseguir cobrir esses gastos com seguros, já que a maioria das apólices exige que a causa seja “incêndio ou dano direto” – o que pode excluir danos por enchentes, dependendo da cláusula.
Um dia depois, a rede brasileira G1 Globo noticiou a destruição, enfatizando que a enxurrada aconteceu “na quinta‑feira (25)”. O portunhol da matéria destacou a extensão do dano e a continuidade da trajetória do tufão rumo ao Vietnã.
Já o site de vídeos Dailymotion divulgou um compêndio de imagens mostrando o Ragasa devastando áreas costeiras da Ásia Sudeste, reforçando que o evento ainda não era o mais forte da história regional, mas que o impacto local, sobretudo em Hong Kong, foi significativo.
Com o tufão avançando para o Vietnã, a preocupação agora são as possíveis consequências em outros pontos da costa chinesa. O Centro Nacional de Previsão de Tufões em Pequim emitiu alerta de vento de categoria 3 para a província de Guangdong, onde cidades como Guangzhou podem enfrentar chuvas intensas nos próximos dias.
Especialistas em clima recomendam que o governo de Hong Kong invista em sistemas de drenagem verde, como parques de infiltração, e reavalie a altura das barreiras de contenção em áreas vulneráveis como Tseung Kwan O. Enquanto isso, comerciantes afetados aguardam apoio governamental e possíveis fundos de emergência para retomar as atividades.
O interior do restaurante ficou totalmente inundado, com mesas, cadeiras e equipamentos de cozinha submersos. As paredes apresentam infiltrações, o piso está danificado e o sistema elétrico precisará ser revisado completamente. A estimativa preliminar de reparo supera HK$200 mil.
O sinal 10 suspende o transporte público, recomenda que as pessoas permaneçam em casa e mobiliza todas as equipes de emergência. Escolas, escritórios e shoppings são fechados, e há aumento de patrulhas policiais para garantir a segurança nas áreas inundadas.
Ambos são tufões de categoria 5 que seguiram rotas próximas à costa de Hong Kong, mas o Mangkhut de 2018 foi mais intenso em termos de vento. Ragasa, porém, trouxe uma onda de surge mais alta em Tseung Kwan O, revelando vulnerabilidades diferentes na infraestrutura local.
Autoridades estão avaliando a elevação das barreiras costeiras, a expansão dos sistemas de drenagem urbana e a criação de áreas verdes de absorção de água. Há também discussões sobre subsídios de seguros para pequenos empresários afetados por enchentes.
Vizinhos organizam mutirões de limpeza, enquanto organizações de socorro coletam doações de alimentos e mantimentos para os proprietários de restaurantes. Nas redes sociais, o #TseungKwanOResiliente tem sido usado para mobilizar apoio e compartilhar atualizações sobre o progresso da recuperação.
Bianca Alves
outubro 20, 2025 AT 20:01O panorama devastador em Tseung Kwan O evidencia a vulnerabilidade das áreas costeiras frente a tempestades intensas. 🌊🥂 A destruição dos restaurantes, como o Bacaba, é um triste lembrete de que a urbanização precisa incorporar soluções resilientes. Espera‑se que as autoridades revisem os padrões de construção para evitar novas tragédias.
Bruna costa
outubro 21, 2025 AT 14:04É de partir o coração ver comerciantes locais perderem tudo em um dia. A solidariedade da comunidade, como o uso da hashtag #TseungKwanOResiliente, mostra que a gente não está sozinha nessa luta. Que a ajuda chegue rápido e que os seguros cubram o que for possível.