Na noite de segunda-feira, os candidatos à prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes do MDB e Guilherme Boulos do PSOL, protagonizaram um importante debate na TV Bandeirantes. Este evento marcou o primeiro confronto direto entre os dois desde que avançaram para a segunda volta das eleições municipais. As expectativas eram grandes, uma vez que São Paulo, o coração econômico do Brasil, demanda líderes capazes de enfrentar desafios gigantescos que vão desde infraestruturas até problemáticas sociais complexas. O debate foi habilmente moderado pelo jornalista Eduardo Oinegue e mereceu a atenção dos paulistanos devido à sua relevância para definir o futuro da gestão municipal.
O encontro começou com uma menção a um tema urgente: o apagão que havia deixado mais de dois milhões de pessoas sem eletricidade após uma tempestade devastadora. Isso ainda afetava cerca de 338 mil residências. Esta questão não só colocou em evidência a fragilidade da infraestrutura energética da cidade, mas também a resposta das autoridades municipais e estatais a situações de calamidade. Tanto Nunes como Boulos sabiam que suas respostas e propostas sobre como gerir situações semelhantes poderia ser um diferencial significativo na escolha dos eleitores indecisos.
O debate foi dividido em três etapas distintas. No primeiro bloco, os candidatos responderam a uma pergunta em comum, cuja ordem de resposta foi decidida por sorteio, seguido de um tempo igual para cada um conduzir perguntas e respostas. Esse formato permitiu a Ricardo Nunes e Guilherme Boulos apresentarem suas reivindicações e ressaltarem suas propostas, enquanto tentavam desestabilizar o adversário com questões incisivas.
Ricardo Nunes focou suas falas na continuidade de suas propostas para a cidade, enaltecendo o trabalho realizado em sua gestão anterior. Nunes procurou alinhar sua figura com a imagem de um gestor experiente, preparado para lidar com as peculiaridades de uma megalópole como São Paulo. Ele destacou medidas de modernização da cidade, a importância de parcerias público-privadas e o investimento em tecnologia para infraestruturas críticas.
No segundo bloco, as perguntas vieram de jornalistas do Grupo Bandeirantes e abordaram uma variedade de temas, do transporte público ao acesso à saúde, educação e habitação. A política de urbanização de São Paulo foi um ponto alto de discussão, com Guilherme Boulos defendendo suas iniciativas para melhorar a inclusão social, com foco em moradia popular e integração de comunidades carentes à cidade formal.
Boulos ainda sublinhou a importância de uma gestão transparente e participativa, propondo maior envolvimento da população na tomada de decisões do governo local. Isso ressoou especialmente com eleitores preocupados com a corrupção e desigualdade, problemas persistentes e encardidos na administração pública da cidade.
O terceiro e último bloco repetiu o formato inicial, proporcionando mais um momento para que ambos os candidatos consolidassem suas propostas e diferenciassem suas visões para o futuro da cidade. O debate encerrou uma noite carregada de trocas de farpas e exposições de ideias, claramente delineando as estratégias de Nunes e Boulos para conquistar a confiança dos eleitores.
À medida que a segunda volta se aproxima, o confronto entre Ricardo Nunes e Guilherme Boulos sem dúvida intensificará, com futuros debates e enfoques em suas campanhas. Com a margem de diferença entre os dois sendo mínima no primeiro turno - Nunes com 29,48% e Boulos com 29,07% - cada movimento, cada palavra e cada decisão política será crucial. O que se faz claro é que o voto paulistano será decisivo não só para escolher seu próximo prefeito, mas também para moldar o ambiente político da maior cidade brasileira nos próximos anos.